segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

AQUECIMENTO GLOBAL.

A Conferência das Nações Unidas sobre o Clima, que pretende definir a resposta mundial ao aquecimento global que ameaça o planeta, teve início nesta segunda-feira, em Copenhague. O ministro do Meio Ambiente da Suécia Andreas Carlgren cobrou dos Estados Unidos e da China um maior comprometimento em relação a um possível acordo climático. Segundo ele, os dois países, "que juntos são responsáveis por metade da emissão mundial de gases causadores do efeito estufa", ainda não se comprometeram a ir longe o suficiente no combate ao aquecimento da Terra.Para Carlgren, no final, a conferência será marcada "principalmente pelo que for oferecido por EUA e China". Ele pressionou o presidente americano Barack Obama a participar efetivamente das decisões, e não apenas enviar declarações por meio da imprensa. "Será absolutamente decisivo para o sucesso da conferência o que esses dois países apresentarem como proposta", completou. Última chance - A presidente do encontro e ministra do Clima da Dinamarca, Connie Hedegaard, disse que a chave para um acordo ambiental é encontrar uma forma de elevar e canalizar recursos públicos e privados para países pobres nos próximos anos, com o objetivo de ajudá-los a lutar contra os efeitos das mudanças climáticas. Segundo ela, se os governos perderem essa chance, podem nunca mais ter uma oportunidade melhor.
"Esta é a nossa chance. Se a perdermos, pode levar anos até que consigamos uma melhor. Se é que isso vai acontecer", afirmou Connie. O primeiro-ministro dinamarquês, Lars Loekke Rasmussen, abriu o encontro afirmando que a Conferência sobre o Clima será "depositária das esperanças da humanidade" nas próximas duas semanas. "No final devemos poder devolver ao mundo o que nos dá hoje: a esperança de um futuro melhor", completou. O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, pediu aos líderes do mundo que selem rapidamente em uma lei qualquer acordo sobre as mudanças climáticas obtido em Copenhague.
"Nosso objetivo é um acordo exaustivo e global que seja transformado depois em um tratado vinculante com força de lei internacional em não mais de seis meses", escreveu Brown em um artigo publicado pelo jornal The Guardian. "Algumas vezes a história chega a momentos cruciais. Pelo bem de todos, 2009 deve ser um momento histórico de verdade", completa no texto. Quase dois terços dos habitantes de 23 países ouvidos para uma pesquisa publicada nesta segunda-feira pela BBC World consideram que o aquecimento climático é problema "muito importante" - um nível sem precedente de respostas, desde a primeira pesquisa desse tipo realizada em 1998.
A Confrerência - Os representantes de 192 países assistiram em sessão plenária ao início de duas semanas de negociações, que chegarão ao fim em 18 de dezembro na presença de mais de 100 chefes de estado e de governo. A conferência começou com 45 minutos de atraso, com a exibição de um filme sobre os povos do mundo que enfrentam as consequências do aquecimento global. Os delegados que chegaram para participar na abertura dessa 15ª Conferência sobre o Clima da ONU foram apresentados a duas opções para entrar no Bella Center, onde acontecem os debates: uma entrada vermelha para quem é a favor do aquecimento global e outra verde para que é a favor da Terra.
Após passar pelos controles, os participantes cruzam por um tapete cinza que representa uma estrada com uma bifurcação que leva às portas vermelha e verde instaladas pela organizaçao ecológica WWF. Por superstição ou convicção, ninguém passou pela porta vermelha, apesar dos esforços de jovens vestidos totalmente de cinza e que tentavam atrair os visitantes com cartazes afirmando "Protejam seus interesses". A missão da conferência, histórica por seu tamanho, é limitar a dois graus centígrados o aumento da temperatura média da superfície da Terra, o que faz necessária uma drástica redução das emissões de gases do efeito estufa.
O caso das mensagens eletrônicas de especialistas sobre o aquecimento global que teriam sido manipuladas, conhecido como "Climagate", também foi comentado neste primeiro dia de conferência, e foi definido como uma tentativa de desacreditar o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC), segundo seu presidente. "O recente incidente de roubo de e-mails de cientistas da Universidade de East Anglia demonstra que algumas pessoas estão dispostas a recorrer à ilegalidade, talvez para desacreditar IPCC", afirmou Rajendra Pachauri, líder do grupo de especialistas premiados em 2007 com o Nobel da Paz.
FONTE VEJA ON LINE.