segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

SURTO DE DENGUE EM IJUÍ.

A Secretaria Estadual da Saúde confirmou, nesta tarde, surto de dengue em Ijuí. Exames laboratoriais comprovaram a existência do vírus em sete pessoas que residem na cidade. No entanto, mais de 200 pessoas procuraram atendimento no Hospital de Caridade de Ijuí. Os exames positivos serão encaminhados nesta segunda-feira ao Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, para uma segunda análise, como prevê o protocolo da dengue no Ministério da Saúde.

No entanto, mesmo sem essa ratificação, a Secretaria da Saúde envia, amanhã, 20 técnicos e oito máquinas fumacê, para passar inseticida em toda a cidade. Além disso, será feito um mapeamento dos municípios vizinhos. Os que tiverem foco do mosquito Aedes aegypti ou do Aedes albopictus, vetores da dengue, também vão receber a ação. A expectativa do secretário Osmar Terra é que, em 15 dias, o trabalho seja concluído. A orientação para os gaúchos é que evitem viajar a Ijuí. “O ideal seria fechar as entradas e saídas da cidade, mas essa medida é impossível”, declara.

A informação repassada pela prefeitura de Ijuí era que o índice de infestação nas casas era inferior a 1%. No entanto, nesse sábado, foram encontrados focos do mosquito em uma área de risco, onde os moradores foram retirados para um condomínio popular. Como o local não tinha mais habitantes, em virtude da chuva das últimas semanas, houve acúmulo de água e o inseto se reproduziu. “Apesar da orientação do Ministério da Saúde de que as atitudes sejam tomadas somente depois que a dengue for confirmada pelo segundo exame, já vamos tomar as atitudes necessárias”, revela.

Osmar Terra acredita que a dengue tenha sido levada por alguém que viajou até o Mato Grosso ou Mato Grosso do Sul para visitar parentes. Nesses estados, muitos moradores de Ijuí foram morar nas últimas décadas para iniciar atividades agropecuárias.

"Vamos fazer um mutirão de limpeza na cidade. Pela experiência que tivemos em Giruá, que teve um surto em 2007, o trabalho mais importante é o de limpeza urbana", explica.

Dos 496 municípios no Estado, 55 possuem focos dos mosquitos transmissores da dengue. Nos demais, conforme Terra, não há qualquer possibilidade de haver epidemia. A Secretaria da Saúde orienta que as pessoas que sentirem os sintomas da dengue procurem imediatamente um hospital e permaneçam em casa durante o tratamento.

Sintomas da Dengue

Dengue Clássica

A Dengue Clássica é uma forma mais leve da doença e semelhante à gripe. Geralmente, inicia de uma hora para outra e dura entre 5 a 7 dias. A pessoa infectada tem febre alta (39° a 40°C), dores de cabeça, cansaço, dor muscular e nas articulações, indisposição, enjôos, vômitos, manchas vermelhas na pele, dor abdominal (principalmente em crianças), entre outros sintomas.

Os sintomas da Dengue Clássica duram até uma semana. Após este período, a pessoa pode continuar sentindo cansaço e indisposição.

Dengue Hemorrágica

A Dengue Hemorrágica é uma doença grave e se caracteriza por alterações da coagulação sanguínea da pessoa infectada. Inicialmente se assemelha a Dengue Clássica, mas, após o terceiro ou quarto dia de evolução da doença surgem hemorragias em virtude do sangramento de pequenos vasos na pelo e nos órgãos internos. A Dengue Hemorrágica pode provocar hemorragias nasais, gengivais, urinárias, gastrointestinais ou uterinas.

Na Dengue Hemorrágica, assim que os sintomas de febre acabam a pressão arterial do doente cai, o que pode gerar tontura, queda e choque. Se a doença não for tratada com rapidez, pode levar à morte.

Síndrome de Choque da Dengue

Esta é a mais séria apresentação da dengue e se caracteriza por uma grande queda ou ausência de pressão arterial. A pessoa acometida pela doença apresenta um pulso quase imperceptível, inquietação, palidez e perda de consciência. Neste tipo de apresentação da doença, há registros de várias complicações, como alterações neurológicas, problemas cardiorrespiratórios, insuficiência hepática, hemorragia digestiva e derrame pleural.

Entre as principais manifestações neurológicas, destacam-se: delírio, sonolência, depressão, coma, irritabilidade extrema, psicose, demência, amnésia, paralisias e sinais de meningite. Se a doença não for tratada com rapidez, pode levar à morte.
FONTE RADIO GUAIBA.