domingo, 14 de março de 2010

CHEGA DE FINGIMENTO.

Só a Justiça Eleitoral não acha que a campanha já começou, embora a lei diga que os candidatos só podem pedir votos a partir de julho, depois de passarem pelas convenções. Estão todos em campanha, principalmente os que ocupam cargos públicos. Os disfarces variam de partido para partido, mas o arsenal de máscaras é extenso: inauguração, lançamento de pedra fundamental, assinatura de ordem de serviço, vistoria, visita a festas populares, protagonismo nos programas em rede de rádio e TV a chamada propaganda partidária gratuita , outdoors a pretexto de homenagem, cartazes de divulgação de outras atividades, viagens para discussão do programa de governo.

O fingimento começa pelo presidente Lula, que anda para cima e para baixo com a ministra Dilma Rousseff, dizendo às plateias que ela é a mãe do PAC, a responsável pelos programas mais populares do governo, a gestora competente. Em outras palavras, que Dilma é a ungida por ele para ser sua sucessora. Ontem, na inauguração de um complexo esportivo na favela da Rocinha, Lula, Dilma e o governador Sérgio Cabral, candidato à reeleição, adotaram o comportamento de palanque. Lula e Cabral fizeram levantamento de peso e, afinados, discursaram contra os adversários do governador. O presidente calçou as luvas para brincar de boxeador com um menino. Dilma fingiu treinar tiro com arco. Cada encenação é um flash.

Não é muito diferente o comportamento do principal adversário de Dilma, o governador José Serra, fazendo propaganda do governo de São Paulo em cinemas de outros Estados ou dizendo na Festa da Uva que não fala sobre eleição porque estava em Caxias “na condição de governador”. É de se perguntar quantas vezes Serra já esteve na festa como governador ou que outros governadores vieram a Caxias provar as delícias da serra gaúcha.


Esta postagem foi tirada do blog da Rosane Oliveira da Zero Hora. Estamos em plena campanha eleitoral.

Boi lerdo toma água suja.